Por Ariel Andrade

Dono de um estilo próprio de tocar funk/soul e também de uma pegada invejável, Jerry Barnes produtor, músico, cantor e compositor vem fomentando sua carreira com trabalhos com grandes nomes do estilo, verdadeiros dinossauros da música tais como Roberta Flack, Chaka Khan, Carly Simon, Ashanti, Stevie Wonder, Patti Labelle, Raul Midon, Queen Latifah, Diana Ross e Chic. Barnes continua a tradição do verdadeiro Funk com suas grandes linhas de baixo, o próprio Nile Rodgers do Chic (Um dos grandes nomes da história do funk) destaca em um dvd ao vivo da banda que para tocar no Chic tem que saber tocar Funk e Jerry faz isso muito bem, tão bem que após a morte de Bernard Edwards (Baixista original do Chic e referência para muitos baixistas) Nile encontrava-se desmotivado em relação à continuação da banda sem o seu parceiro principal até conhecer Jerry que pediu "Se um dia voltar com a banda me deixe tocar o baixo" e depois de um teste rápido Nile não pensou duas vezes em retomar o trabalho.

Em recente passagem pelo nosso país, o Baixonatural.com teve a oportunidade de finalmente fazer esta entrevista, que Barnes aceitou com a maior gentileza possível para a legria dos fãs dele e do estilo. Confira a seguir como foi este bate-papo:

BN - Nos fale sobre o inicio de sua carreira, como foi?

Jerry Barnes - Meu pai costumava gerenciar bandas, daí sempre havia instrumentos em casa. E eu peguei o baixo. Comecei a tocar baixo aos 15 anos. Minha irmã já tocava piano e nós formamos nossa primeira banda logo depois. Nós ensaiávamos e excursionávamos bastante, em seguida, assinamos nosso primeiro contrato de gravação com Clive Davis da Arista Records. De lá, fomos para a Epic Records (Divisão de Sony), com o nosso produtor, Eumir Deodato.

BN -  Como você decidiu se tornar baixista?

Jerry Barnes - Eu escolhi o baixo de todos os instrumentos em casa, puramente por acidente. E me pareceu natural e divertido tocar baixo.

BN - Quem foram as suas influências como um jovem estudante de baixo?

Jerry Barnes - Larry Graham, Louis Johnson, Bernard Edwards, Nathaniel Phillips, Robert Wilson, Jaco Pastorius, e James Jamerson para citar alguns.

BN - E sobre o futuro? O que mais você gostaria de fazer que ainda não conseguiu realizar?

Jerry Barnes - Eu gostaria de tocar mais guitarra. Se eu praticar, eu poderia ser bom nisso.

BN - E se você não fosse baixista, o que seria?

Jerry Barnes - Eu realmente não sei. Isto é o que eu conheço e amo.

BN - Como foi a experiência de trabalho com grandes lendas da música mundial como Chaka Chan, Stevie Wonder e Diana Ross?

Jerry Barnes - Cada situação musical que eu tive foi uma bênção e uma experiência de aprendizagem, musicalmente e espiritualmente.

BN - Conte-nos sobre a sua experiência em participar do Chic. Como isso aconteceu?

Jerry Barnes - Bernard Edwards faleceu. Foi-me dito por um amigo em comum de Niles que ele estava a procura de um baixista. O resto é história.

 

BN - Quem são hoje em dia os grandes 'BassHeroes' para você?

Jerry Barnes - Há tantos grandes baixistas. É melhor não dizer um nome em agradecimento a todos eles.

BN - O que você acha da música brasileira?

Jerry Barnes - Eu amo todos os estilos de música, incluindo música brasileira. Fui apresentado à música brasileira através de Eumir Deodato.

BN - O que você está ouvindo ultimamente? Em sua opinião, quais álbuns todos os baixistas deveriam ouvir na vida?

Jerry Barnes - Recentemente, eu estou ouvindo mais aquilo em que eu estou trabalhando como compositor e produtor. Quanto aos álbuns que todos os baixistas devem ouvir em sua vida, há tantos por aí para diferentes estilos de se tocar baixo, mas você não pode deixar passar Motown, Sly, Gap band, Stax, Brothers Johnson, Pleasure, Graham Central Station etc.

BN - Você como um grande produtor que é também sabe melhor do que ninguém como as coisas funcionam nos estúdio nos EUA. Até que ponto o estudo tradicional da música é importante na vida do baixista nestas situações? (Leitura e escrita musical)

Jerry Barnes - Eu diria que a informação e a prática são as bases para a excelência musical.

BN - Conte-nos sobre o equipament você usa em estúdio e ao vivo.

Jerry Barnes - Meu setup em estúdio e ao vivo são simples. Um bom Baixo, cabo, pedal de volume e por fim um bom amp e está tudo ok pra mim.

BN - Com a 'DJmania' em que vivemos hoje em dia nas rádios e no mundo em geral, o verdadeiro Funk ainda tem "espaço" para respirar? Há alguns novos nomes neste estilo que você está ouvindo ultimamente?

Jerry Barnes - Funk nunca vai morrer. Eu não sei os nomes, mas eu tenho certeza que alguém está tocando funk agora mesmo

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BN - Deixe algumas dicas para os novos baixista que sonham em ser profissionais um dia.

Jerry Barnes - Treino, treino e treino. Não basta ser um baixista, tem que ser um músico versátil. Seja um compositor, um cantor e um produtor.

AGRADECIMENTO ESPECIAL AO GRANDE PARCEIRO PJ.

Para mais informações sobre Jerry Barnes Acesse: http://www.jerrybarnes.com/

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